O ambiente de trabalho pode apresentar diversos riscos e perigos que afetam a saúde e a segurança dos trabalhadores. Ainda que muitas pessoas entendam esses aspectos como sinônimos, é importante diferenciá-los para identificar, avaliar e controlar os riscos ocupacionais de forma eficaz.
Com estatísticas que apontam a morte de um trabalhador a cada 15 segundos no mundo devido a acidentes ou doenças ocupacionais , a conscientização e a prevenção são cruciais. Pensando nisso, apresentamos neste artigo as diferenças entre risco e perigo no trabalho. Continue a leitura!
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ToggleO conceito de risco no trabalho
Segundo a Norma Regulamentadora N° 1 (NR-1), risco é a “combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde”.
Em outras palavras, o risco está associado à exposição do trabalhador a um perigo. O perigo se configura como algo que tem potencial de causar dano, enquanto o risco seria a probabilidade desse fator acontecer. Assim, quanto maior a exposição do trabalhador a um risco ocupacional, maior a probabilidade de ter consequências negativas à sua saúde.
Tomemos como exemplo o caso de um buraco no local de trabalho. Ele tem potencial de dano aos funcionários, certo? Mas caso exista sinalização, há um menor risco quando comparado a uma situação em que o perigo não seja informado.
Por isso, situações diferentes podem apresentar o mesmo perigo, mas em níveis de risco diferentes. Outro exemplo claro é uma escada sem corrimão (o perigo). O risco é a possibilidade de alguém cair. A escada não pode ser removida, mas o risco pode ser reduzido com a instalação de corrimãos e degraus antiderrapantes.
O conceito de perigo no trabalho
Já o perigo é definido como uma fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde do trabalhador. De acordo com a NR-1, ele é um elemento que, seja de forma isolada ou em conjunto com outros elementos, pode trazer tais consequências.
Por isso, o perigo é intrínseco à atividade ou condição do trabalho de um colaborador. Trabalhos que envolvem a manutenção de equipamentos elétricos configuram perigo, por exemplo.
Dessa forma, o perigo é uma fonte geradora , enquanto o risco é a exposição a essa fonte. Assim, se a exposição é bloqueada, o risco diminui. Por esse motivo, o perigo é identificado, enquanto o risco é classificado.
Classificação dos perigos no ambiente de trabalho
Compreender a natureza dos perigos é fundamental para o gerenciamento de riscos. Os perigos podem ser identificados em diversas categorias, muitas delas abordadas pelas normas de segurança:
- Físicos: problemas como iluminação inadequada, ruído excessivo e máquinas inseguras;
- Químicos: líquidos, vapores, poeiras, fumaças ou gases que podem ser inalados ou absorvidos pela pele;
- Biológicos: agentes infecciosos como vírus, bactérias e fungos;
- Ergonômicos: design inadequado de estações de trabalho, manuseio manual incorreto ou movimentos repetitivos;
- De acidentes: choques elétricos, quedas ou atropelamentos;
- Psicológicos: relacionados a estresse no trabalho, assédio e longas jornadas.
Tipos de riscos ocupacionais
Os riscos ocupacionais são divididos em diferentes categorias, por isso reunimos cada uma delas para você. Confira!
Riscos físicos, químicos e biológicos
Em primeiro lugar, temos os agentes físicos, que são qualquer forma de energia que devido à natureza, intensidade ou exposição, podem prejudicar a saúde do trabalhador. Como exemplo, podemos citar: vibrações; ruídos; pressões anormais; temperaturas extremas; radiações ionizantes e não ionizantes.
Já os agentes químicos são substâncias químicas sozinhas ou misturadas, seja em seu estado natural ou produzidas, utilizadas ou geradas no processo de trabalho. Elas são riscos quando prejudicam a saúde dos funcionários devido a sua natureza, concentração ou exposição. Alguns exemplos: fumos de cádmio; poeira mineral contendo sílica cristalina; vapores de tolueno; névoas de ácido sulfúrico.
São agentes biológicos os microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, podem resultar em lesão ou agravo à saúde do colaborador.
Riscos ergonômicos e de acidentes
A ergonomia diz respeito à relação dos colaboradores e seu ambiente de trabalho. Seus riscos são aqueles relacionados ao prejuízo da integridade física ou mental do trabalhador, causando desconforto.
São considerados riscos ergonômicos: esforço físico; levantamento de peso; postura inadequada; controle rígido de produtividade; situação de estresse; trabalhos em período noturno; jornada de trabalho prolongada; monotonia e repetitividade; imposição de rotina intensa.
Os riscos de acidentes são aqueles que resultam de perigos mecânicos e elétricos, como máquinas em manutenção, queda de materiais ou choques elétricos.
Por que é importante fazer a prevenção e o gerenciamento de riscos
Fazer a prevenção e o gerenciamento de riscos é fundamental para manter um ambiente de trabalho seguro e saudável para os colaboradores. Isso porque, por meio disso, é possível mapear os riscos existentes no local de trabalho e adotar planos de ação para mitigá-los. Assim, são evitados os acidentes e as doenças ocupacionais.
Por isso, foi criado o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), um conjunto de ações coordenadas de prevenção que têm por objetivo garantir condições e ambientes de trabalho seguros e saudáveis. O GRO deve constituir um
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que se tornou exigível em 3 de janeiro de 2022. Cada organização vai apresentar riscos diversos e em diferentes níveis. Por esse motivo, é muito importante mapeá-los, intervindo de maneira eficaz para proteger os trabalhadores.
O processo de gerenciamento de riscos
Para controlar os riscos de forma eficaz, as empresas, orientadas por normas como a NR 04 , seguem um processo em cinco etapas:
- Identificação dos perigos: verificar as fontes que podem causar danos no ambiente de trabalho;
- Identificação dos riscos: identificar a probabilidade dos perigos se materializarem, considerando o contato ou exposição aos agentes perigosos;
- Avaliação dos riscos: estimar e classificar a exposição dos trabalhadores;
- Controle e prevenção: aplicar medidas como a eliminação do perigo, a substituição, a instalação de barreiras ou a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual);
- Monitoramento e reavaliação: acompanhar a eficácia das medidas aplicadas e revisá-las quando necessário.
A adoção das medidas estratégicas permite a eliminação, redução ou controle dos riscos. Isso porque, ainda que alguns deles não possam ser eliminados por completo, é possível reduzi-los e acompanhá-los de acordo com a probabilidade de ocorrência.
Dessa forma, é possível diminuir a probabilidade ou consequência de tais riscos, garantindo a segurança dos funcionários e a manutenção das operações da sua empresa.
Como consequência, você melhora a eficiência do trabalho prestado, reduz os gastos destinados a ocorrências frequentes e adquire melhor visibilidade para a sua organização, que se mostra em dia com os parâmetros de Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
Como a Premier pode te ajudar?
A PREMIER é uma empresa com mais de 25 anos de experiência na prestação de serviços assistenciais e ocupacionais. Aqui, atuamos para prevenir doenças ocupacionais em empresas de diferentes portes e setores de atuação.
Se você gostou de entender um pouco mais sobre risco e perigo no trabalho, acompanhe o nosso blog para acompanhar mais dicas para promover o bem-estar dos funcionários da sua empresa!
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Qual a diferença entre GRO e PGR?
O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) é o conjunto de ações de prevenção, enquanto o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é o documento físico ou sistema que consolida essas ações. O PGR é a materialização do GRO e se tornou obrigatório a partir de 2022.
2. A quem se aplica a NR 04?
A Norma Regulamentadora 04 estabelece os critérios para a organização dos SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). Ela se aplica a empresas que possuam empregados regidos pela CLT e que precisem de profissionais de segurança e saúde do trabalho, como técnicos, engenheiros e médicos, com base no grau de risco e número de funcionários.
3. É possível eliminar um perigo?
Sim, em alguns casos, é possível eliminar um perigo, como remover um obstáculo do caminho. Em outros, o perigo é inerente à atividade, como trabalhar com eletricidade. Nesses casos, o foco é em controlar e mitigar o risco, utilizando EPIs e procedimentos de segurança para garantir que o dano não ocorra.