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Entenda quais são os riscos químicos mais comuns no ambiente de trabalho e como prevenir corretamente

Risco químico.

Durante a rotina de trabalho, os colaboradores podem se expor a diversos riscos ocupacionais, como riscos de acidentes, problemas com ergonomia, estresse e um dos mais perigosos: os riscos químicos. 

Por causar complicações sérias à saúde, é fundamental que o funcionário seja orientado para se prevenir contra esse tipo de risco. A PREMIER trouxe um artigo explicando o que são de fato os riscos químicos e quais são as medidas de controle. Boa leitura!

O que são riscos químicos?

Os riscos químicos referem-se aos perigos no trabalho associados ao manuseio, armazenamento e exposição a substâncias químicas potencialmente nocivas. Estes perigos podem surgir em diversos ambientes, como laboratórios, indústrias químicas e agrícolas. 

Eles incluem a possibilidade de exposição a substâncias tóxicas, inflamáveis, corrosivas ou reativas, podendo resultar em danos à saúde humana, ao meio ambiente ou propriedades materiais.

Quais são os tipos de agentes químicos?

Um agente químico é qualquer substância que possa penetrar no corpo por inalação, absorção da pele e até ingestão. Elas podem chegar ao trabalhador em várias formas, seja por meio de poeira, vapor, neblina ou gases, por exemplo. 

Em vista disso, podemos classificá-las em três grupos físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso.

  • Gasosos: qualquer substância em estado gasoso que pode ser inalada ou absorvida em contato com mucosas, ou com a pele. Alguns exemplos são o nitrogênio, dióxido de carbono e propano;
  • Líquidos: substâncias manipuladas no estado líquido que o principal meio de absorção é por ingestão e pelo contato com as mucosas. Seu contato com a pele pode causar irritações e até queimaduras graves. São exemplos de substâncias a gasolina e o benzeno;
  • Sólidos: o estado sólido é representado pela poeira, fibras e chumbo. Sua absorção é geralmente feita pelo organismo por ingestão e contato com a pele, porém no caso de partículas, como a poeira, a absorção pode ser por meio respiratório.

Outros tipos de agentes químicos

Além da classificação nos três grupos físicos da matéria, há outros tipos de agentes químicos. São eles:

  • agentes irritantes: causam irritação na pele ou nas vias aéreas;
  • agentes alergênicos: causam reações alérgicas, geralmente em quem já possui alergia ao material envolvido;
  • agentes mutagênicos: provocam problemas hereditários;
  • agentes corrosivos: em contato com tecidos biológicos destroem células epiteliais e outras;
  • agentes inflamáveis: agentes que se tiverem em contato com alguma fonte de ignição, entram em combustão.

Efeitos causados pelos riscos químicos

Os riscos químicos podem causar uma série de efeitos à saúde humana, desde pequenas reações alérgicas até o desenvolvimento de doenças graves, como o câncer. Continue lendo e conheça os principais!

Asfixia

Os agentes asfixiantes são divididos entre simples e químicos. Os agentes simples agem na atmosfera, alterando a quantidade de oxigênio, enquanto os agentes químicos agem no organismo do trabalhador, impedindo a entrada de oxigênio. 

Eles são capazes de impedir a respiração, barrando a entrada de oxigênio e sufocando-o, além de causar dores de cabeça, sonolência e perda de consciência ou morte. A asfixia também pode ser causada por gases como monóxido de carbono e nitrogênio, que não são apenas diluidores do oxigênio, mas podem impedir a capacidade do sangue de transportá-lo.  

Anestesia

Alguns agentes químicos podem causar ações depressivas e narcóticas no sistema nervoso central. Como consequência, a pessoa pode sentir tontura, alterações visuais e auditivas, e pode acarretar perda de consciência. 

Agentes como acetona e benzeno são exemplos que atuam como depressores do sistema nervoso central. Além desses efeitos, os agentes anestésicos podem causar problemas no fígado e nos rins.  

Corrosão

Outros agentes químicos têm o potencial de corrosão, causando queimaduras químicas. Isso ocorre devido à capacidade de algumas substâncias de danificar determinados tecidos com os quais entram em contato.

Toxicidade

Os agentes químicos tóxicos ao entrarem em contato com o organismo, são capazes de produzir lesões estruturais ou funcionais em órgãos. Eles podem ser ingeridos ou inalados e seu risco pode aumentar conforme o tempo de exposição.

Câncer

A exposição a substâncias cancerígenas pode causar alterações no crescimento das células, ocasionando tumores. A prevenção da exposição a agentes como poeiras orgânicas e pesticidas poderia reduzir em até 37% a ocorrência de alguns cânceres relacionados ao trabalho no Brasil. 

Existem 18 tipos de cânceres ligados à atividade diária de trabalhadores. Por exemplo, o benzeno está fortemente relacionado a leucemias , enquanto o amianto (asbesto) é a única causa conhecida do mesotelioma, um tipo de câncer que afeta a membrana que envolve o pulmão.  

Panorama estatístico de acidentes de trabalho no Brasil

Para reforçar a seriedade dos riscos químicos e a importância da prevenção, é fundamental analisar os dados oficiais. Em 2023, o Brasil registrou 2.888 acidentes de trabalho fatais, segundo o sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Essa estatística ressalta a necessidade urgente de fortalecer a cultura de segurança em todos os setores. 

Entre os acidentes registrados, 60% ocorreram em apenas cinco atividades econômicas entre 2015 e 2017, com destaque para a indústria de Fabricação de Cloro e Álcalis (CNAE 20.11), que respondeu por 16% dos acidentes, e a de Fabricação de Adubos e Fertilizantes (CNAE 20.13), com 13% dos registros.  

Quais são as medidas de proteção para riscos químicos?

Sempre que forem identificados os riscos químicos, devem ser adotadas medidas para eliminação, minimização ou controle deles. As medidas de proteção devem ser adotadas sempre que a concentração dos agentes químicos no ar atinja a metade do valor recomendado como Limite de Tolerância (LT), estabelecido pela NR-15.

Implemente o PGR

Estabelecido pela NR 1, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), é um programa de caráter obrigatório para todas as empresas com funcionários regidos pela CLT. Ele consiste em uma abordagem sistemática que visa identificar, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho, incluindo os relacionados a substâncias químicas. 

Nesse sentido, ao adotar o PGR, as empresas não apenas cumprem exigências legais, mas também demonstram um compromisso efetivo com a saúde e segurança dos trabalhadores, minimizando os riscos químicos e contribuindo para ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.

Utilize EPCs

Outra medida essencial na proteção dos trabalhadores contra os agentes químicos é a utilização do Equipamento de Proteção Coletiva (EPCs). Projetados para minimizar ou eliminar a exposição coletiva a substâncias perigosas, eles proporcionam uma barreira eficaz entre os trabalhadores e os agentes químicos nocivos. 

Alguns exemplos de EPCs para riscos químicos incluem sistemas de ventilação adequados, capelas de exaustão, barreiras físicas, contenções e sistemas de diluição de poluentes. Como consequência, as empresas reduzem significativamente a concentração de substâncias químicas no ambiente de trabalho, protegendo assim a saúde dos colaboradores de maneira coletiva.

Forneça EPIs

Além de implementar os EPCs, outra medida importante é fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, óculos de proteção, máscaras respiratórias e vestimentas apropriadas. 

Esses equipamentos são selecionados com base na natureza específica dos riscos presentes, proporcionando uma barreira física entre o corpo do trabalhador e os agentes químicos potencialmente perigosos. 

Por isso, é fundamental que os EPIs sejam adequadamente dimensionados, corretamente utilizados e regularmente inspecionados para garantir sua eficácia contínua.

Treine os trabalhadores

O treinamento adequado proporciona aos colaboradores o conhecimento essencial sobre os tipos de produtos químicos utilizados, os potenciais efeitos adversos à saúde e as práticas seguras de manipulação e armazenamento. 

Dessa forma, o entendimento dos riscos químicos permite que eles ajam de maneira proativa na prevenção de acidentes, contribuindo para ambientes laborais mais seguros e saudáveis.

Monitore a concentração de agentes químicos

Outra medida eficiente e fundamental é o monitoramento da concentração de agentes químicos. Esse processo envolve a implementação de sistemas de monitoramento contínuo para avaliar a presença e a quantidade de substâncias químicas no ar ou em outras áreas de trabalho. 

A utilização de equipamentos como detectores e analisadores químicos permite que as empresas identifiquem rapidamente variações nas concentrações de agentes perigosos, possibilitando a tomada de ações preventivas imediatas.

O papel da Norma Regulamentadora 32 (NR-32)

A NR-32 estabelece diretrizes e medidas de proteção para a segurança e saúde dos trabalhadores em serviços de saúde. Em relação aos riscos químicos, a norma foca na prevenção de situações perigosas e exige a adoção de práticas seguras, como a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) se necessário. 

A NR-32 também se aprofunda na proteção do trabalhador que manuseia substâncias quimioterápicas antineoplásicas, um ponto crucial para a segurança no setor de saúde.  

Identificação de riscos químicos por cores e símbolos

Uma forma visual e prática de identificar riscos químicos é através de sistemas como o Diamante de Hommel (NFPA 704). Este sistema classifica os riscos de um produto químico em quatro categorias, representadas por um losango com quatro quadrantes coloridos:  

  • Quadrante azul: indica os riscos à saúde, com uma escala de 0 (sem perigo) a 4 (letal);
  • Quadrante vermelho: representa o grau de inflamabilidade do material, de 0 (não queima) a 4 (gases e líquidos inflamáveis); 
  • Quadrante amarelo: classifica a reatividade da substância, de 0 (estável) a 4 (pode explodir);
  • Quadrante branco: contém códigos para riscos específicos, como OXY para oxidante e ACID para ácido forte.  

Perguntas Frequentes (FAQs)

Qual a relação dos riscos químicos com o câncer no trabalho? 

A exposição prolongada a agentes químicos como benzeno e amianto pode causar alterações celulares que levam ao desenvolvimento de câncer, como leucemia e mesotelioma, respectivamente. O Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil é uma fonte oficial que detalha essa relação.  

O que a NR-32 diz sobre os riscos químicos? 

A NR-32 estabelece medidas de proteção para trabalhadores da área da saúde, incluindo diretrizes para o manuseio seguro de agentes químicos, como os quimioterápicos.  

Como os agentes químicos penetram no organismo? 

Os agentes químicos podem entrar no corpo por inalação (respiração), absorção pela pele ou contato com mucosas, e por ingestão.  

Caso sua empresa esteja em busca de formas de lidar com os riscos químicos, a Premier pode te auxiliar! 

Atuando há 25 anos na prestação de serviços ocupacionais, atendemos empresas dos mais diversos segmentos e prestamos os melhores serviços disponíveis em seu ramo de atuação. 

Prezamos, sobretudo, pela qualidade, gerando credibilidade na assistência à saúde e à segurança dos empregados de nossas empresas clientes. Por isso, entre em contato com e descubra os diferenciais que a levaram a adquirir tanto tempo de mercado. 

Se você gostou do nosso conteúdo, não deixe de acessar o nosso blog para saber mais sobre saúde e segurança no trabalho. Até a próxima!

conteúdo criado por humano

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Dr. Walter Guimarães Pinto

Dr. Walter Guimarães Pinto é médico do trabalho (CRM: 4329/MG, RQE: 44084) e diretor da Premier Saúde Ocupacional. Com ampla experiência na área, dedica-se à promoção da saúde e segurança dos trabalhadores, atuando no desenvolvimento e implementação de estratégias que garantem ambientes laborais mais seguros e alinhados às normas regulamentadoras. Sua trajetória é pautada pela excelência técnica e pelo compromisso com a prevenção de doenças ocupacionais, visando a qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores nas empresas atendidas.